sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Enterram-se os mortos, salvam-se os vivos.

"Enterram-se os mortos, salvam-se os vivos". Com essa frase emblemática, Marquês de Pombal iniciou seu trabalho de reforma e recuperação da cidade de Lisboa em 1755 após o terremoto que a destruiu completamente.
Em plena moderninade, mais uma cidade é totalmente posta ao chão pela força da natureza. Hoje o Haiti é sinônimo de caos e morte. Um País rico em história e pobre de estrutura passa pela situação mais complicada da sua tragetória. Desde do dia em que Colombo atracou seus navios próximos à sua costa em 1492, dando os primeiros sinais da existência da América e comprovando a circuferência da Terra, a ilha nunca viu um cenário tão deprimente.
Impossível não pensar como seria esse mesmo quadro de caos e destruição à mais de 200 anos atrás. Casas ardendo em chamas, famílias inteiras na rua, ausência de água e mantimentos. Toda e qualquer ajuda externa era necessária, mas as distâncias eram muito grandes e o transporte limitado. De fato, o trabalho humanitário e toda a logística que envolve a difícil tarefa de reconstruir e salvar o que sobrou, é hoje o alívio desse tormento.
Assim, o Haiti vai, aos poucos, renascendo com a ajuda dos países vizinhos, pare-passo retirando dos escombros a força para seguir em frente.
Outrossim, não podemos esquecer do papel fundamental representado pelos militares brasileiros na ilha. Desde 2003 atuando na ilha caribenha, esses homens vem fazendo um trabalho essencial para a reordenação do País que, além de tudo, ainda sofre com as consequências da guerra civil.
Durante toda a minha vida acadêmica vivenciei palestras e passeatas pedindo a saída das tropas brasileiras, alegando opressão e violência ao povo haitiano. Ora, tais pensamentos que permeiam a mentalidade dos partidários de esquerda e pseudo-pacifistas é o reflexo da total ausência de conhecimento sobre o trabalho das forças de paz.
As Forças Armadas brasileira não enviou apenas homens armados que, diga-se de passagem, são hoje o alento dessa população miserável, mas também projetos de reestruturação e organização espacial da ilha como, por exemplo, o trabalho realizado pelo Instituto Militar de Engenharia. O envio de engenheiros militares é resultado do interesse de oferecer além de ajuda humanitária, soluções de longo prazo para a população haitiana.
Desnecessário dizer o quão fundamental tem sido a presença das tropas de paz no Haiti atualmente. "Braço forte e mão amiga", o tão conhecido jargão do Exército Brasileiro é apenas um esboço do que esses homens tem como objetivo. Pois então, termino esse artigo parabenizando o trabalho dos bravos soldados em serviço no Haiti e desejando um futuro melhor para os haitianos. Afinal, o País precursor dos movimentos insurrecionais na América Colonial, conquistando através de um grito de liberdade sua independência e abolição da escravidão, não pode ter sua história encerrada de forma tão trágica. Seu povo há de renascer das cinzas e a chama da vitória voltará a queimar em seus corações.